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A cortiça é o nome comum que damos à espessa e peculiar casca dos sobreiros que por ser leve, elástica, compressível, resiliente, impermeável, isolante térmica e acústica, resistente ao atrito e retardadora de fogo, tem inúmeras aplicações no nosso quotidiano, assim como em vários processos industriais e na construção civil, naval e aeroespacial, entre outros.

A investigação em torno das potencialidades da cortiça tem permitido encontrar muitas mais aplicações para este material. Num estudo recente sobre a suberina, um polímero natural que confere resistência às células vegetais e que pode constituir até 50% do peso das células de cortiça, os investigadores liderados por um grupo português, conseguiram extrair uma película deste composto, mantendo a estrutura da molécula de suberina tal como ela se apresenta nas células da cortiça, o que ainda não tinha sido conseguido até agora. Esta técnica de extração que mantém a integridade do polímero de suberina tal como este se encontra nas células da cortiça, é extremamente importante pois esta pelicula possui propriedades antibacterianas, abrindo o caminho para a utilização deste biomaterial para cobrir feridas crónicas, como as que os diabéticos desenvolvem, por exemplo, promovendo a cicatrização e inibindo o desenvolvimento de bactérias.