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A formação do solo é um processo dinâmico que depende de vários fatores como a desintegração da rocha-mãe, efeitos do clima e das atividades biológicas e que decorre ao longo de milhares e anos. Estes processos criam um substrato capaz de sustentar a biosfera terrestre e que se modifica continuamente devido a fatores naturais e humanos, conforme a utilização do solo.

De entre os vários agentes biológicos que intervêm na formação do solo, o musgo desempenha um papel fundamental, sendo um dos principais agentes iniciais na formação e estabilização do solo. Ao promover a retenção de água, melhorar a estrutura do solo, fornecer matéria orgânica, o musgo não só acelera a formação do solo, mas também facilita a sucessão ecológica e a instalação de outras plantas. Em muitos ecossistemas, especialmente em regiões de formação de solos jovens ou perturbados, o musgo é essencial para iniciar o processo de transformação de um substrato rochoso ou inóspito em um solo fértil e capaz de sustentar uma vegetação mais complexa.

Mesmo depois da formação ou recuperação de solo, a existência de musgo é fundamental para a sua conservação. Num estudo sobre o contributo do musgo existente no solo para os serviços dos ecossistemas, durante o qual foram recolhidas cem amostras de solo com e sem musgo, em oito ecossistemas diferentes, os investigadores observaram um maior fluxo de nutrientes nos solos com musgo, potenciando o ciclo de elementos como azoto e o fósforo e da matéria orgânica. Além disso, verificaram que o musgo funciona como um armazém de nutrientes, onde se inclui o carbono, e parecem contribuir ainda para limitar a presença de potenciais agentes patogénicos no solo.

Não obstante a sua importância, muitas espécies de musgo estão em declínio e por isso estão protegidas por legislação específica que impede que sejam recolhidas na natureza. Este alerta é particularmente importante nesta quadra natalícia em que ainda há o hábito de recolher musgo para o presépio, hábito este que em muito contribuiu para o declínio de várias espécies de musgo. Um Natal mais sustentável passa também pela conservação da natureza, por isso não utilize espécies protegidas e recolhidas diretamente da natureza para a decoração de Natal.

Saiba mais sobre o musgo neste episódio do Programa Virtual de Educação Ambiental.