Evento

Hoje é o Dia Mundial das Zonas Húmidas. Chamamos zonas húmidas às áreas inundadas ou alagadas, de forma permanente ou sazonal, por água doce, salgada ou salobra. Cerca de 40% das espécies de plantas e animais de todo o mundo dependem deste tipo de ecossistemas, que funcionam como verdadeiras esponjas de armazenamento de água em caso de precipitação intensa ou cheias. As zonas húmidas contribuem ainda para o sequestro de carbono, estimando-se capturem mais CO2 atmosférico do que qualquer outro ecossistema terrestre.

Desta forma, é fundamental incluir as zonas húmidas existentes em meio urbano no planeamento das cidades, reconhecendo o valioso contributo destes locais para a conservação da biodiversidade e para a resiliência e adaptação das cidades aos fenómenos meteorológicos extremos, causados pelas alterações climáticas.

O Município do Porto, é pioneiro na aplicação de soluções baseadas na natureza nas intervenções urbanas que contribuam para a adaptação da cidade às alterações climáticas. A renaturalização de um troço da Ribeira de Vilar, que corre agora a céu aberto no novo Parque Urbano Dr. Mário Soares, com vários meandros, micro-açudes e um lago capaz de reter cerca de 450 metros cúbicos de água, constitui o mais recente exemplo da conciliação entre natureza e qualidade de vida. Este restauro ecológico foi realizado no âmbito do MoRe Porto – Monitorização e Restauro da Biodiversidade das Zonas Húmidas da Cidade do Porto, financiado pela Fundação Belmiro de Azevedo.

Através do projeto MoRE Porto- Monitorização e Restauro da Biodiversidade das Zonas Húmidas da Cidade do Porto já foram recuperadas e criadas várias zonas húmidas na cidade, essenciais para a conservação da biodiversidade, sobretudo dos anfíbios. Todas as plantas e animais que foram introduzidos nestes espaços recuperados são autóctones e foram criteriosamente escolhidos entre as espécies que melhor se adaptam a cada lago, tanque ou charco, tendo a devida autorização do ICNF – Instituto de Conservação da Natureza e Florestas. É por isso muito importante que não sejam libertados nestes espaços animais e plantas, sejam eles quais forem, pois estas ações certamente provocarão um desequilíbrio no ecossistema.

Conheça melhor a Rã- verde, um dos anfíbios autóctones que tem sido reintroduzido nas zonas húmidas recuperadas, e cujos machos cantam em simultâneo para atrair as fêmeas e para intimidar e afastar outros machos, durante a época de reprodução.