Evento
Hoje é o Dia Mundial das Zonas Húmidas. Cerca de 40% das espécies de animais e plantas que existem no planeta dependem das zonas húmidas para a sua alimentação, refúgio ou reprodução, fazendo destes ecossistemas verdadeiros hotspots de biodiversidade.
É nas zonas húmidas que se encontra armazenada cerca de 30% da água doce disponível no Planeta e estes ecossistemas, em particular as turfeiras, são os maiores sumidouros de carbono terrestres, contribuindo para a mitigação dos efeitos das alterações climáticas.
Ciente da importância destes ecossistemas, a Câmara Municipal do Porto é o principal parceiro estratégico do projeto MoRe Porto – Monitorização e Restauro da Biodiversidade das Zonas Húmidas da Cidade do Porto, coordenado pelo CIIMAR – Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental e financiado pela Fundação Belmiro de Azevedo. Este projeto tem como objetivos caracterizar, monitorizar e restaurar as massas de água da cidade do Porto.
Até ao momento foram inventariadas 234 massas de água, localizadas nas diferentes áreas verdes da cidade, bem como em diversos terrenos privados. Em 67 destas massas de água foram identificados diversos grupos de macroinvertebrados, como insetos, crustáceos, anelídeos, moluscos e platelmintes. Destes, os que não se conseguiram identificar morfologicamente foram identificados por análises genéticas.
No total foram já identificadas 54 espécies de macroinvertebrados aquáticos, sendo os insetos o grupo com o maior número de espécies observadas (42), entre elas: libélula-imperador, libelinha-vermelha-grande, efémeras, contador-de-água e barqueiro-manchado.
Foram também identificadas 8 espécies de anfíbios, 3 espécies de répteis aquáticos, duas das quais invasoras, e 47 espécies de plantas aquáticas, das quais 30 são nativas, 13 exóticas e 4 são espécies invasoras. A diversidade de espécies encontradas comprova a grande importância das massas de água urbanas para a preservação da biodiversidade aquática.
Nos próximos meses, o projeto irá implementar medidas de restauro em diferentes massas de água onde foram identificados problemas para a biodiversidade, como por exemplo a ausência de plantas aquáticas, anfíbios ou de zonas de refúgio ou acesso para a fauna, presença de resíduos sólidos urbanos e presença de espécies invasoras.
Até finais de março prevê-se também a finalização do inventário pormenorizado e a produção do Plano de Ação para estas massas de água, bem como a realização da segunda fase de formação dos jardineiros municipais para a boa gestão destas massas de água no futuro e de ações de educação ambiental com escolas.
Conheça melhor uma das espécies que foi observada e identificada nas massas de água, a libélula-imperador, no VÍDEO realizado pela equipa de Educação para a Sustentabilidade do Porto.
