Evento
Atualmente, segundo dados da revista científica Plos One existem cerca de 18.043 espécies de aves no mundo.
Fazendo uma viagem ao passado de cerca 150 milhões de anos, voltamos ao período Jurássico, onde surgiram as primeiras aves, evoluindo dos dinossauros Terópodes, grupo do qual fazia parte o T-rex (Tyrannossaurus rex).
A evolução de milhares de anos tornou as aves, animais aerodinâmicos e extremamente adaptados ao voo, possuindo ossos pneumáticos – que armazenam ar no seu interior – tornando-os mais leves e revestindo o corpo por penas, apêndices epidérmicos que ajudam a controlar a temperatura corporal e, obviamente, a voar. Porém, nem todas têm essa capacidade, como a avestruz e o pinguim, por exemplo, ou o caso mais extremo do kiwi que nem sequer tem asas.
Outra adaptação evolutiva das aves é a transformação da boca em bico. Cada bico é uma especialização a determinada alimentação: bicos delicados, uma espécie de pinça nas aves insetívoras, bicos fortes e em forma de gancho nas aves carnívoras, bicos filtradores, granívoros, sondadores e generalistas.
Todas as aves são ovíparas e seus ovos podem variar na cor, tamanho e peso… desde os 2g do ovo do beija-flor-abelha até cerca de 1,5Kg do ovo da avestruz.
As aves também surpreendem no que toca a chocar os seus ovos e cuidar das suas crias e nessa tarefa a mais surpreendente é o cuco, que se liberta de qualquer trabalho pós-postura e transforma a sua cria num parasita. Para isso, escolhe o ninho de uma ave menor, um pisco-de-peito-ruivo, por exemplo, e deposita o seu ovo que será chocado pela família adotiva. Ao final de 12 dias a cria de cuco eclode e com apenas 8 a 10 horas de vida expulsa a prole biológica do ninho, passando a ser filho único!
Obviamente que o tamanho do ovo é, normalmente, proporcional ao tamanho da ave. Em Portugal topo da lista está a abetarda, cujos machos podem pesar cerca 16 kg e medir quase 1 metro. O lugar de ave mais leve e menor de Portugal é ocupado pela estrelinha-de-poupa, com cerca de 7 g e 9 cm.
Algumas aves têm capacidades únicas: são contorcionistas, como as corujas que conseguem virar a cabeça até 270º sem dores no pescoço. Constroem e utilizam ferramentas para seu benefício, como alguns corvídeos. Fazem viagens grandiosas, como a delicada andorinha-do-mar que voa 36.000 km a cada migração. Transformam-se em máquinas de fórmula 1, como o Falcão-peregrino quando se precipita dos céus a 300 km/h. São donas de variadíssimas vozes e algumas são marcos territoriais como a vocalização do pisco-de-peito-ruivo. O noitibó ou o mocho-galego, por exemplo, são mestres na camuflagem, passando despercebidas ao olhar mais atendo dos predadores.
Haveria muito mais a dizer sobre as aves, a sua diversidade e respetivas especializações. Porém, este dia não seria suficiente, por isso relembramos apenas a sua enorme importância ecológica no controlo de pragas, dispersão de semente e de polinização.
Conheça algumas aves que pode observar no Porto, através de alguns episódios do Programa Virtual de Educação para a Sustentabilidade: Melro, Gaio, Carriça, Falcão-peneireiro, Mocho-galego e Pisco-de-peito-ruivo. Veja também as nossas sugestões para alimentar aves no Inverno e construir caixas-ninho.