Evento
Os benefícios das plantas e dos espaços verdes para a saúde física e mental dos seres humanos são inegáveis, comprovados por inúmeros estudos científicos. Para além da sensação de bem-estar e tranquilidade que as zonas verdes transmitem, contribuindo para a redução dos níveis de stress e ansiedade, as plantas desempenham funções essenciais para a preservação da vida na Terra: produzem oxigénio, são farmácia, alimento e refúgio para outros seres vivos, protegem os habitats terrestres da erosão, atenuam os efeitos do ruído e mitigam os efeitos das alterações climáticas, através do sequestro de carbono e diminuição da temperatura, entre muitas outras funções.
A preservação das plantas e dos ecossistemas é uma preocupação bastante antiga. Em Portugal, o Pinhal de Leiria terá sido a primeira plantação florestal, iniciada por D. Afonso III no séc XIII (ou até antes, por D. Sancho II, seu pai) com o objetivo de proteger as terras agrícolas do avanço das dunas, tendo sido expandido e consolidado por D. Dinis, o Lavrador. A floresta continuou a ser explorada intensivamente e já no século XVI surge em Portugal, a Lei das Árvores (1565) que obrigava os municípios a mandar plantar árvores para madeira nos baldios, indicando os pinheiros, castanheiros, carvalhos ou outras árvores adaptadas aos solos, evidenciando já preocupação com o tipo das árvores a plantar.
De facto, a adequação das espécies de árvores e outras plantas a um determinado local é um fator tão ou mais importante do que a quantidade plantada. Este princípio fundamental esteve na base da elaboração do Plano de Arborização da Cidade do Porto, que pretende potenciar as funções e os serviços de ecossistemas gerados pelas árvores (suporte, provisão, regulação e culturais) nos arruamentos e contribuir para adaptar a cidade e a suas infraestruturas às alterações climáticas.
O documento operacionaliza a estrutura ecológica municipal e define uma estratégia para o futuro: que árvores precisamos e que árvores podemos ter, como e em que ruas da cidade.