Evento
Dia Internacional de Consciencialização sobre Perda e Desperdício de Alimentos
O desperdício alimentar refere-se à perda de alimentos que são produzidos, mas não consumidos, podendo verificar-se em várias etapas da cadeia alimentar: na produção, quando os alimentos não chegam ao mercado devido a padrões estéticos ou falhas na colheita; na distribuição, quando os produtos que se perdem durante o transporte ou armazenamento, muitas vezes devido à falta de infraestruturas adequadas; durante o comércio a retalho quando os alimentos não são vendidos em supermercados e mercados, muitas vezes por estarem próximos da data de validade ou por não atenderem a padrões visuais; e no consumo, quando os alimentos são comprados pelos consumidores, mas não são consumidos, acabando no lixo.
Estima-se que cada português gasta 350 euros por ano em alimentos que acabam no lixo, sendo o 4º país da União Europeia que mais desperdiça alimentos, de acordo com a Eurostat. Isto significa que, em média, cada português desperdiça 2,38 kg de alimentos por semana e gasta 3,4% do orçamento anual em alimentos que não come.
O desperdício de alimentos é não só um problema económico mas também ambiental, pois a produção de alimentos requer o consumo de vários recursos naturais e ainda recorre a práticas poluentes, sendo também um problema social pois existem muitas pessoas em situação de pobreza e exclusão social sem acesso a alimentos em quantidades suficientes e de qualidade.
Consciente das situações de carência alimentar existentes na cidade, o Município do Porto e outras entidades tentam dar resposta potenciando donativos de alimentos que poderiam ser considerados desperdício alimentar (por exemplo “fruta feia” que não pode ser comercializada nos circuitos habituais), mas que estão em perfeito estado de consumo. A Rede Municipal de Restaurantes Solidários é uma dessas iniciativas e reforça o apoio aos sem-abrigo e às pessoas mais vulneráveis, oferecendo refeições completas a quem delas necessite. Os Restaurantes Solidários da rede municipal serviram um total de 415.877 refeições entre 2019 e 2021.
Os consumidores têm um papel importante na redução do desperdício alimentar. Deixamos algumas sugestões que pode começar já a implementar para evitar este desperdício, poupando também a sua carteira. Tudo começa com a elaboração da lista de compras que deve ser feita após verificar o que já existe em casa e as refeições que serão necessárias. Se comprar apenas o que realmente necessita para um determinado período de tempo, é menos provável que os alimentos frescos se estraguem ou percam a validade. Tenha em atenção as promoções e produtos vendidos em pack, sobretudo em alimentos frescos e facilmente perecíveis: em vez de constituírem uma oportunidade de poupança, podem resultar na aquisição de quantidades desnecessárias de alimentos que acabarão no lixo. Em casa, experimente congelar as sobras das refeições já cozinhadas, fazer compotas ou puré com a fruta demasiado madura ou com pequenas “pisaduras”. Alguns legumes podem ser consumidos com a casca, sobretudo se os utilizar na sopa, como, por exemplo, a cenoura, a batata, beringela e a curgete. Os prazos de validade dos alimentos são definidos com margens de segurança apertadas por isso, antes de deitar fora um alimento que atingiu o prazo de validade, observe, cheire e prove pois na maioria das vezes ainda estará bom para consumo. Por fim, experimente comprar alimentos e refeições em aplicações como a Too Good to Go ou a Phenix que disponibilizam excedentes alimentares de comércio e restauração de proximidade a preços reduzidos.